
Os Nirvana não estavam nos planos de ninguém. Mas tudo mudou quando, correspondendo ao proverbial "falem-lhes numa lingua que eles entendam", colocaram adolescentes do mundo inteiro a cantar "A mulatto, an albino, a mosquito, my libido" com a profética intensidade de quem acabava de descobrir a pólvora. Em 1991, "Smells Like Teen Spirit" catapultou a banda de Cobain, Grohl e Novoselic, para o horário nobre televisivo, levando à boleia o hardcore norte-americano mais ou menos subterrâneo e deixando escancaradas as portas do palácio para quem veio a seguir. Enquanto não se apanhavam as canas, houve espaço para refundar num contexto de inesperada intensidade umas quantas verdades sobre a natureza do rock e as forças que culturalmente o definem, renovando ensinamentos tão antigos quanto os dos Stooges e AC/DC ou recentes quanto os Melvins e Pixies.
In Utero começa com a frase "Teenage angst has paid off well / now i'm bored and old" e foi um feminista grito de revolta contra a apatia na própria contra-cultura. Ao terceiro álbum, a canalização da raiva e sarcasmo para um conjunto de temas de ensaiada demência, teve os efeitos contrários aos desejados (alienar parte do seu público mais interessada em Beavis & Butthead) e tornou-se numa piada que todos levaram a sério.
A geração que celebrou a deficiência de vocabulário como a sua melhor definição, não compreendeu a mensagem. Quando a poeira assentou, ressoava pelo ar "It's better to burn out than to fade away", a letra de Neil Young mencionada na nota de suicídio de Cobain. O resto está no livro de Courtney Love e no filme de Gus Van Sant.
1. Serve the Servants
2. Scentless Aprentice
3. Heart Shaped Box
4. Rape Me
5. Frances Farmer will have her Revenge on Seattle
6. Dumb
7. Very Ape
8. Milk It
9. Pennyroyal Tea
10. radio Friendly Unit Shifter
11. Tourette's
12. All Apologies
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